24 de fev. de 2008

CECÍLIA MEIRELES, MODERNA DESCOBRIDORA


HISTÓRIA, MEMÓRIA E MEMORIALÍSTICA
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Margarida de Souza Neves
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A proposta que trago para esse encontro de hoje é expor alguns aspectos da pesquisa que desenvolvi sobre Cecília Meireles e a questão da infância, no âmbito de um Projeto Integrado de Pesquisa financiado pelo CNPq e vinculado ao grupo PRONEX sediado no Departamento de História da PUC-Rio e que pretende analisar a produção de alguns intelectuais brasileiros considerando-os como Modernos descobridores do Brasil. Nessa perspectiva, Cecília Meireles e Monteiro Lobato representavam, no conjunto de autores analisados, um sub-conjunto de escritores que, para além de seus próprios roteiros e descobrimentos na incessante busca de decifrar o enigma deste país, preocuparam-se com a formação de futuras gerações de descobridores, e, por isso, publicaram para crianças, escreveram sobre educação, e debruçaram-se sobre a experiência da infância como uma das idades da vida.
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POR MARES POUCAS VEZES NAVEGADOS.Cecília Meireles e a literatura infantil

POR MARES POUCAS VEZES NAVEGADOS.Cecília Meireles e a literatura infantil.
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Margarida de Souza Neves

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1. Viagens:
[1]
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“Mandei armar meu navio.
Volveremos ao mar profundo,
meu navio!”
Cecília Meireles: Prazo de vida
IN: Mar Absoluto
Poesia Completa p. 270
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No dia 10 de dezembro de 1964 Tristão de Athaíde publicou no Jornal do Brasil uma crônica em que homenageava duas figuras femininas exponenciais na cultura brasileira e então recentemente falecidas: Anita Malfatti e Cecília Meireles.
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Sete anos mais tarde, esta mesma crônica passaria a compor o livro que, com seu nome próprio de Alceu Amoroso Lima, publicou com o título de Companheiros de Viagem[3], fugindo assim, por vontade do autor, ao destino efêmero de sua publicação num jornal diário.
Nela Tristão/Alceu parecia querer acertar contas com um passado remoto, e aplanar, diante da morte, o abismo que sempre se mantivera entre ele e Cecília.
A desavença tivera início em agosto de 1930, quando Alceu havia participado, juntamente com Antenor Nascentes, Coelho Neto e Nestor Vítor[4], como membro da banca do concurso para a cátedra de literatura brasileira da Escola Normal do Distrito Federal, um concurso concorrido e tenso, realizado em meio aos embates entre escola-novistas e católicos pelo controle da trincheira da educação nos anos 30. Oito candidatos se apresentaram, e desses apenas dois chegaram à etapa final constituída pela prova de aula, já que três deles não conseguiram ter suas teses aprovadas e três desistiram do concurso em razão da superioridade nítida das notas obtidas na prova de defesa de tese por dois dos candidatos: Cecília Meireles e Clóvis do Rego Monteiro[5]. Cecília ficou classificada em segundo lugar no concurso.
O resultado do concurso parece ter marcado profundamente tanto a Cecília quanto a Alceu. [6]
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A ESCOLA, A CRIANÇA E A LITERATURA INFANTIL

A escola , a criança e a literatura infantil
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Luciana Borgerth Vial Corrêa

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O perfil do intelectual que se afirma ao longo da década de 1920 é o do indivíduo que possui um saber especializado – o cientista. Cecília Meireles, reconhecidamente uma poeta, também se destacava, no meio intelectual, por ser detentora de um saber especializado – a pedagogia, sustentada pela psicologia. Em outras palavras, era uma educadora.

Formada em 1917 pela Escola Normal, a escritora ingressa no magistério público. Suas atividades educacionais, no entanto, não se resumem à prática da sala de aula. Envolvida com a pedagogia moderna, a professora não apenas assumiu uma coluna diária intitulada "Comentário " no jornal Diário de Notícias, mas também foi responsável pela "Página da Educação" neste jornal no período de 1930 e 1933.[1] Foi nessa época, mais precisamente em 1932, que a educadora assinou o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova. Uma outra série de crônicas da autora foi publicada entre 1942 e 1945, no jornal A Manhã, nas quais aparecem mesclados temas culturais e educacionais.
Sempre articulando as questões literárias às questões educacionais, Cecília Meireles ministrou um curso para professores da prefeitura de Belo Horizonte, em 1948, o qual resultou no livro Problemas da literatura infantil, publicado em 1952. Nesse caminho, a autora escreveu, também, ao longo de sua vida, livros para crianças.[2]
São questões centrais para Cecília Meireles educadora a escola e a formação do leitor. Procuraremos discuti-las através da importância da literatura infantil no processo de educação e o modo como a autora trabalha as relações assimétricas que se estabelecem entre o autor e o leitor , na literatura infantil.
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http://www.historiaecultura.pro.br/modernosdescobrimentos/desc/meireles/frame.htm

ENTRE OS SÍMBOLOS E A VIDA: POESIA, EDUCAÇÃO E FOLCLORE

Entre os símbolos e a vida: poesia, educação e folclore.
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Joana Cavalcanti de Abreu


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“Aí, já é pleno mundo da poesia. O povo - quando é povo deveras –
navega por ele à vontade, e entre os símbolos e a vida,
não percebe diferenças.” (Meireles. 1968a)
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Renato Almeida, um dos principais articuladores do movimento folclórico brasileiro, ao homenegear Cecília Meireles por ocasião de sua morte em 1964, enfatizou e reverenciou uma entre as tantas atividades a que Cecília se dedicou ao longo da vida: a de folclorista:

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“Desnecessário realçar aos folcloristas o quanto devemos a Cecília Meireles. Seu trabalho de tantos anos a nosso lado, nas nossas lutas, na defesa das tradições populares, é de todos conhecido. [...] Não vou falar de Cecília Meireles poeta, o poeta que foi dos maiores de nossa língua, como frizou Manuel Bandeira, vou recordar apenas a folclorista...” (Almeida.1964, p.7).

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O estudo do folclore constituiu um dos campos a que Cecília se dedicou paralelamente a suas atividades literárias e pedagógicas. Entre 1926 e 1933 já a encontramos interessada no assunto, produzindo regularmente uma série de desenhos com a finalidade de estudar gestos e ritmos ligados à cultura negra no Rio de Janeiro
[1]. De 1942 e 1944, Cecília escreveu crônicas semanais para o jornal A Manhã, muitas delas tendo como ponto central o folclore infantil. A partir de 1947, convidada a integrar a recém-criada Comissão Nacional de Folclore, Cecília começou a relacionar-se regularmente com o Movimento Folclórico, participando de muitos de seus eventos, discussões e publicações.
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http://www.historiaecultura.pro.br/modernosdescobrimentos/desc/meireles/frame.htm

23 de fev. de 2008

“PAVILHÃO MOURISCO”: BIBLIOTECA E EDUCAÇÃO

“PAVILHÃO MOURISCO”: BIBLIOTECA E EDUCAÇÃO
EM CECÍLIA MEIRELES

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Jussara Santos Pimenta
PUC-RIO
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A vida faz-se de sonho,
mas de sonho clarividente.
A educação tem de ser o sonho e a clarividência
de cada um, conciliados definitivamente,
no ritmo de todos”.
(Cecília Meireles)
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Esse texto tem como objetivo apresentar alguns aspectos do trabalho de Cecília Meireles relativo à divulgação da leitura e do livro infantil à frente da primeira biblioteca pública infantil brasileira, localizada no Pavilhão ou Espaço Mourisco, inaugurada em 1934, articulando-o à gestão de Anísio Teixeira na Diretoria Geral de Instrução Pública do Distrito Federal. Caracteriza-se, metodologicamente, como uma pesquisa histórica na perspectiva assinalada, utilizando como base material de análise o conjunto de textos que constam na obra de Cecília Meireles (especialmente os Comentários da Página de Educação do Diário de Notícias, bem como sua correspondência pessoal com Fernando de Azevedo)[1]; a obra e documentos de Anísio Teixeira que constam do seu arquivo pessoal no CPDOC (sobretudo o que se refere à Reforma de Instrução Pública no Distrito Federal em 1931-1935); a obra e os documentos encontrados no arquivo Fernando de Azevedo (IEB-USP); a obra de Armanda Álvaro Alberto (inclusive o livro de atas da Seção de Cooperação da Família da ABE - Associação Brasileira de Educação); bem como outros documentos que têm ligação estreita com o tema proposto para investigação: documentos referentes ao Pavilhão Mourisco que constam no Arquivo da Cidade; jornais da época, encontrados na seção de periódicos da Biblioteca Nacional e nos arquivos do jornal O Globo, depoimentos, cartas e entrevistas.

São objetivos e contribuições desse trabalho: entender o Espaço Mourisco como um celeiro de idéias e pesquisas pedagógicas que pode ajudar a esclarecer aspectos relevantes da nossa história educacional; ajudar a entrever outras facetas do movimento da Educação Nova; trazer uma contribuição ao estudo da obra pedagógica de Cecília Meireles; utilizar a abordagem histórica dos fatos da educação como um instrumento indispensável para a análise das situações do presente; subsidiar investigações posteriores que tomem como objeto a biblioteca escolar, relacionando-a às políticas sociais de atendimento à escola das classes populares.
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PAVILHÃO MOURISCO

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Biblioteca de Cecília Meireles
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8 de março – Neste dia, recordando Dona Cecília

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“Tenho certas tentações de me declarar comunista oficialmente, para ver se arranjo uma subvenção de Moscou... Porque, de outro modo, tudo está obscuro demais, embora para uma fundação lendária, instalada num pavilhão de vidro, e dirigida por uma criatura tão improvável como eu...” Cecília Meireles
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A biblioteca infantil, inaugurada em agosto de 1934, foi um dos projetos mais ambiciosos da reforma de Anísio Teixeira e um espaço onde Cecília Meireles pôde desenvolver sua criatividade e seu empenho em favor da literatura infantil. Situada na enseada de Botafogo, era conhecida pela população como Pavilhão Mourisco. Tornou-se um dos grandes empreendimentos culturais da reforma e destinava-se a ser a Biblioteca Infantil do Distrito Federal, mas se transformou num centro de cultura infantil, já que extrapolava os objetivos de uma simples biblioteca, pois conjugava outras atividades como o cinema, música, cartografia, jogos, etc. um verdadeiro órgão de pesquisa. A biblioteca era freqüentada por estudantes das escolas públicas que para lá se dirigiam após terminadas as aulas. Lá desenvolviam atividades de biblioteca e também o seu senso estético e artístico. Inspirado na arquitetura do prédio o artista plástico Fernando Correia Dias, primeiro marido de Cecília Meireles, compôs um cenário das Mil e Uma Noites que proporcionava aos freqüentadores uma atmosfera de encantamento e fantasia.
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Continue lendo esse texto, você vai adorar o depoimento da poeta Geir de Campos sobre as suas lembranças de infância lá no Pavilhão Mourisco
http://www.amabotafogo.org.br/2006/mourisco.asp

LIBERDADE E RESISTÊNCIA EM CECÍLIA MEIRELES

Liberdade e resistência em Cecília Meireles
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Cladismari Zambon de Moraes
(cladismari[arroba]hotmail.com
http://br.geocities.com/czambon2/)
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Resumo
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As crônicas de Cecília Meireles nos apresentam uma escritora e jornalista crítica e engajada em seu tempo. Seu anseio por liberdade e sua posição contrária às condições políticas que ditavam as normas que regiam a Educação foram temas constantes de sua obra em prosa. As duas crônicas escolhidas nos remetem à função própria do cronista em sua inserção na sociedade.
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Palavras-chaves: Crônica, Cecília Meireles.
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Antônio Cândido, em A vida ao rés-do-chão considera a crônica um gênero menor, o que a deixa mais perto da realidade do leitor, ajustando-se à sensibilidade do dia-a-dia. Em sua despretensão, humaniza e é essa humanização que lhe confere certa profundidade de significado. A crônica está sempre ajudando a estabelecer ou restabelecer a dimensão das coisas ou das pessoas. É amiga da verdade e da poesia nas suas formas mais fantásticas e diretas (CÂNDIDO, 1992: 13-14). São vários os significados da palavra crônica. Todos, porém, implicam na noção de tempo, presente no próprio termo que procede do grego chronos. Arrigucci chama nossa atenção para esse vínculo de origem que liga o texto a um registro de vida, a um fato histórico que pode não ser percebido pelo leitor, mas que está sempre presente na crônica (ARRIGUCCI, 1979: 51). Ao nos propormos, então, a refletir sobre crônicas que determinados autores escreveram, é importante situarmos no tempo e no espaço as circunstâncias que provocaram aquelas palavras. Caso contrário, a crônica perde o sentido e passa a ser entendida com base em experiências próprias do leitor, numa compreensão muitas vezes distante de seu objetivo principal.
Cecília Meireles passou a maior parte de sua vida diante de uma máquina de escrever. Embora seja mais conhecida por sua obra em verso, a "pastora das nuvens" que fala da transitoriedade da vida, do efêmero e do subjetivo em suas poesias mostra outra face em sua numerosa obra em prosa. De 1920 a 1964, quando sua última crônica foi publicada na Folha de S.Paulo, a escritora escreveu cerca de 2.500 crônicas. Sua estréia na redação de um jornal se deu em 1930, década marcada pela transição de duas grandes guerras e, no Brasil, pela revolução de outubro. Na imprensa pipocavam jornais de adesão ao novo regime. Assim surgiu o "Diário de Notícias", em junho de 1930. Mais do que um simples matutino, o jornal trazia uma seção diária dedicada à educação e à política, a "Página de Educação", cuja diretora era Cecília Meireles. Jornalista liberal, crítica, engajada, partidária incansável das liberdades individuais, lutava pela instauração de uma república democrática, bem diferente daquela regida pelo populismo autoritário do regime que se descortinava após a revolução. Acreditava na liberdade e na criatividade contra a opressão e a massificação da educação.
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A POESIA NA LITERATURA INFANTIL

A Poesia na Literatura Infantil
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Francisco Costa
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Em princípio, a priori, assim como não há, na verdade uma Literatura Infantil, direcionada no ato de criação, pelo autor, não existe, a bem da verdade, uma Poesia Infantil. Duas hipóteses parecem justificar esta conclusão, a qual apenas é endosso meu, do pensamento lúcido de Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles. A poesia para crianças, é, em essência, a mesma obra de arte para o adulto. Ou temos vergonha, diante de um momento poético despojado de complexidade, vergonha de assumir que ele nos impressionou, ou ainda temos aquela idéia velhíssima de que criança é criatura em grau diminutivo, dotada de pouca percepção, limitada em recursos, um homúnculo a quem se deve minimizar conteúdos e reduzir os obstáculos.
A simplicidade de linguagem e um repasse cristalino de mensagem não impedem a feitura de um grande poema (e não um poema grande) nem comprometem a verticalidade de uma abordagem.
O que não me parece viável nem honesto é adaptar, construir uma "simplicidade" falsa, denotativa pela falta de coragem de trabalhar um caminho de acesso ou por acreditar seja a criança um ser reprodutivo, um claudicante observador, incapaz de direcionar sua própria descoberta.
O simples nunca foi o fácil, e nisto reside a confusão maior deste questionamento. Ninguém pode imaginar quanto sofre um poeta, quanto exige de si mesmo para alcançar o que Drummond chama de estado de simplicidade.

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http://www.secrel.com.br/jpoesia/@fc01.html

ANÁLISE DE “ ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA”

Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meirelles
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Análise da obra
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Apesar de ser essencialmente lírica, subjetiva e pessoal, Cecília Meireles não deixou de realizar a chamada poesia social.E mesmo neste campo, o poeta afirmou sua subjetividade ao fato histórico. Foi no movimento da Inconfidência Mineira, com suas lendas, tradições, sua atmosfera de almas penadas, de bruxas, de enforcados, de suicidas, que sua sensibilidade buscou o social. Esta busca do social afinou ainda mais o seu instrumento lingüístico. De fato o Romanceiro da Inconfidência é a combinação de sensibilidade poética, domínio absoluto da linguagem, erudição e pesquisa histórica. Antes de tudo, o que se destaca nesse livro é a sua rigorosa unidade. O Romanceiro desenha-se como uma obra que tem cabeça, tronco e membros, e que leva a cabo um assunto difícil. De fato, Cecília Meireles não faz poesia-manifesto nem de programação política. A visão histórica e social não influenciou sua expressão poética. Ao contrário, o mito e a dimensão histórica surgem da riqueza poética
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http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/r/romanceiro_da_inconfidencia

VIAGEM: A METAPOESIA EM CECÍLIA MEIRELES

VIAGEM: A METAPOESIA EM CECÍLIA MEIRELES
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André Luiz Alves Caldas Amóra (UniverCidade)
Tatiana Alves Soares Caldas (UNESA e UniverCidade)
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Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes.
(Cecília Meireles)

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A poesia brasileira, na segunda fase do modernismo, vivia seus melhores momentos. Era uma geração despreocupada com as questões imediatistas da geração de 22. Percebe-se, do ponto de vista literário, uma maturidade, pois não há mais a necessidade de escandalizar os meios acadêmico-culturais - tônica da Geração de 22 -, mas de levar adiante o projeto de liberdade de expressão. Nota-se a presença de versos livres e de sonetos voltados para as questões universais do homem e para os problemas de uma sociedade capitalista. Verificam-se ainda reflexões sobre o fazer poético, além do misticismo e da religiosidade.
Nessa fase encontram-se poetas como: Carlos Drummond de Andrade, com poesias sociais e de combate e reflexões sobre o papel do homem no mundo; Jorge de Lima, com poesias metafóricas e metafísicas; Murilo Mendes, com poesias surrealistas; Vinícius de Moraes, cuja poesia caminha cada vez mais para a percepção material da vida, do amor e da mulher, e Cecília Meireles, que envereda pela direção da reflexão filosófica e existencial, sendo a autora objeto deste estudo.
Cecília Benevides de Carvalho Meireles (1901-1964) é a primeira grande escritora da literatura brasileira e a principal voz feminina de nossa poesia moderna. Sua obra privilegia a riqueza do léxico, numa linguagem que explora os símbolos e as imagens sugestivas, sobretudo os de forte apelo sensorial, enveredando inclusive pela musicalidade.
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A TEMPORALIDADE EM CECÍLIA MEIRELES E FLORBELA ESPANCA

A TEMPORALIDADE EM CECÍLIA MEIRELES E FLORBELA ESPANCA
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INGRID DE ASSIS CARVALHO FERRO E SILVA
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UNAMA – UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
DEPARTAMENTO DE LÍNGUA E LITERATURA CURSO DE LETRAS

BELÉM-PARÁ
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Trabalho de graduação apresentado ao Curso de Letras e Artes da Universidade da Amazônia,
como requisito para obtenção do grau de Licenciatura Plena, orientado pela professora mestra Nelly Cecília Paiva Barreto da Rocha.
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“Pois todos os nossos dias se
passam acabam-se os nossos anos
como um breve pensamento”.
Salmo 90:9

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SUMÁRIO
Introdução................................................pág. 1 / 2
Cecília Meireles, em Prosa ............................pág. 3 / 6
Florbela Espanca, em Prosa ...........................pág. 7 / 9
Poema Cecília Meireles ................................pág. 10
Cecília Meireles e Florbela Espanca, em Poesia ....pág. 11 / 29
Conclusão ................................................pág. 30 / 31
Referências Bibliográficas .............................pág. 32 / 33

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INTRODUÇÃO
Cecília Benevides de Carvalho Meireles (1901- 1964) e Florbela de Alma da Conceição Espanca (1894 - 1930) contemplaram a mais sublime arte da palavra: a poesia. Como muitos artífices, elas souberam trabalhar papéis brancos e palavras soltas, a tessitura certa para cantar a vida e revelar o que se ia no mais profundo íntimo de suas almas, acalentadas pelo silêncio e pela solidão do mundo.
Essas Poetas abriram suas vidas, o diário íntimo de seus instantes onde palpitavam suas ânsias, seus prazeres, suas constantes lutas pela vida.
Aqui, rompe-se a linha do tempo, ultrapassa-se as épocas e unem-se os cantos poéticos de Cecília e Florbela em um só fio, o fio vivificador da vida, que faz com que a voz destas damas e mestras da arte poética, se reproduza e seja ouvida por aqueles
que procuram a Poesia.
Em cada poema encontra-se o mais puro sentimento, a feminilidade deduas mulheres que souberam viver, em meio às grandes perdas e lutas diárias, transformando suas dores em dons poéticos.
Cecília e Florbela não se integram, somente, a um único e breve instante.
Suas vozes quebraram os limites do espaço temporal. Por isso, fizeram-se atemporais.
Neste Trabalho, comparam-se alguns textos das duas Poetas da Literatura Brasileira e Portuguesa, com o intuito de mostrar como é trabalhada a transitoriedade da vida, o significado do tempo, a efemeridade de cada minuto de existência.

Divide-se, assim, em duas partes :
I. a primeira, “Cecília Meireles e Florbela Espanca em Prosa”
corresponde a um breve relato de suas vidas. Momentos que influenciaram suas
caminhadas enquanto poetas;
II. a Segunda parte “Cecília Meireles em poesia” e “Florbela Espanca em
poesia” corresponde ao desenvolvimento do tema. A preocupação temporal e o que as faz
atemporais. Que o tempo alie-se a nós na busca, incessante, pela poesia.

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http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/monografias/Atemporalidade.pdf

ARTISTA DA PALAVRA, CECÍLIA MEIRELES MOSTROU O MUNDO EM PROFUNDIDADE

Artista da palavra, Cecília Meireles mostrou o mundo em profundidade
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Cecília Prada
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"Sua alma é com certeza milenar, na consciência com que desce às raízes do sentimento poético, considerando a sua fatalidade, e ao mesmo tempo deixando-se levar na ciranda aparentemente inútil dos sonhos, idealizações e freqüentes nostalgias de um estado ideal e perfeito de pulsar."
Walmir Ayala
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Circunstâncias trágicas marcaram o início da vida de Cecília Meireles, nascida no Rio de Janeiro a 7 de novembro de 1901 e na mesma cidade falecida em 9 de novembro de 1964. Seu pai, Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil, morreu aos 26 anos de idade, três meses antes de a filha nascer. Sua mãe, a professora municipal Matilde Benevides, morreu quando ela tinha 3 anos. Sozinha no mundo com a única remanescente da família, sua avó materna Jacinta Garcia Benevides, Cecília foi obrigada a manter "uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno que, para outros, constituem aprendizagem dolorosa e, por vezes, cheia de violência" (entrevista a "Manchete", 1959).
No entanto, lembrava sua infância de menina sozinha, que aprendia a cultivar como dons o silêncio e a solidão, como uma época maravilhosa – um fecundo tempo de aprendizado da realidade, o armazenamento de memórias, impressões e sensações que perdurariam, dando-lhe o material de sua imensa obra ("Grande aula, a do silêncio").
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FERNANDO PESSOA E CECÍLIA MEIRELES: O ENCONTRO ENTRE POESIA E CRIANÇA

Fernando Pessoa e Cecília Meireles: o encontro entre poesia e criança
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Alice Áurea Penteado Martha
Universidade Estadual de Maringá (Brasil)
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Quando as crianças brincam
Eu as oiço brincar,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar
E toda aquela infância
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.
[...]
(Pessoa, 1965, p.169)
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Considerações iniciais
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Com este texto pretendemos considerar, a partir da leitura de poemas de Fernando Pessoa e de Cecília Meireles, os recursos de que se valem os poetas para promover a mediação entre a produção poética e a criança. Os poemas do autor de Mensagem, publicados em épocas e volumes diversos, foram recolhidos no volume Fernando Pessoa. Comboio, saudades, caracóis (FTD, 1988), organizado por João Alves das Neves e revelam uma face pouco conhecida do poeta; os da escritora brasileira, reunidos no livro Ou isto ou aquilo (Nova Fronteira, 1987), vieram a público em 1965 e são inteiramente dedicados aos leitores infantis. É preciso enfatizar que não se trata, como a princípio poder-se-ia supor, de um estudo sobre os modos como a infância de ambos é refletida em sua produção poética, tema, aliás, do artigo publicado por Francisco Cota Fernandes, Fernando Pessoa e Cecília Meireles: a poetização da infância, na revista do Centro de Estudos Pessoanos, Persona 5, de abril de 1981. Trata-se, isto sim, de observar como ambos, grandes poetas da nomeada “poesia para adultos”, não reduziram a qualidade estética de sua produção quando o intento era chegar até seus pequenos leitores. Ambos souberam, ao dirigir-se à criança, como revitalizar a palavra poética, concedendo-lhe tratamento mágico, sem desrespeitar-lhe o estatuto artístico.
Há um dado biográfico interessante dos poetas que não deve ser desprezado, pois pode ser relevante para compreender as imagens da infância em seus poemas, mesmo em uma leitura mais introdutória como esta, que é a herança cultural açoriana de ambos, advinda do fato de terem sido criados em ambientes prenhes de sensações e cadências dos Açores. Fernando Pessoa, filho de mãe açoriana, convive ainda com outros integrantes da linhagem materna; Cecília Meireles, órfã de pai e mãe, na mais tenra idade, é educada pela avó materna, D. Jacinta Garcia de Benevides, também de origem açoriana, como a própria escritora observa: “[...] minha avó, com quem fiquei, depois de perder minha mãe, sabia muitas coisas do folclore açoriano, e era muito mística, como todos os de S. Miguel”. (MEIRELES, 1977, p.61)
Embora não tenhamos a intenção de ressaltar significativo número de poemas para a infância na obra de Fernando Pessoa, como ocorre com a produção poética de Cecília Meireles, é interessante observarmos o modo como ambos promovem, em textos das obras mencionadas, por meio da tematização do cotidiano infantil e pela adoção de um ponto de vista valorizador do anticonvencional, tanto da linguagem quanto do recorte do real, o encontro entre a poesia e a criança. Devemos enfatizar, ainda, que os poetas, ao se inspirarem no cotidiano e ao assumirem a ingenuidade da ótica infantil, incorporaram, na poesia para crianças, os princípios da lírica contemporânea, segundo os quais os temas mais prosaicos podem revelar intenso lirismo.

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ANÁLISE ESTILÍSTICA DO POEMA CRIANÇA, DE CECÍLIA MEIRELES

ANÁLISE ESTILÍSTICA DO POEMA CRIANÇA, DE CECÍLIA MEIRELES
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Alessandra Almeida da Rocha
(UERJ)
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Criança
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Cabecinha boa de menino triste,
de menino triste que sofre sozinho,
que sozinho sofre, - e resiste.
Cabecinha boa de menino ausente,
que de sofrer tanto, se fez pensativo,
e não sabe mais o que sente...
Cabecinha boa de menino mudo,
que não teve nada, que nào pediu nada,
pelo medo de perder tudo.
Cabecinha boa de menino santo,
que do alto se inclina sobre a água do mundo
para mirar seu desencanto
Para ver passar numa onda lenta e fria
a estrela perdida da felicidade
que soube que não possuíria.
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No primeiro verso da primeira estrofe, o “eu” lírico inicia a descrição de um menino de maneira afetiva,quando coloca o substantivo “cabeça” no diminutivo “cabecinha”, reforçado, logo em seguida, pelo adjetivo “boa”. A palavra “cabecinha” é uma metáfora para a personalidade, ou seja, um menino de boas atitudes. Apesar disso, o menino é um ser triste.
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IMAGINÁRIO INDIANO NAS CRÔNICAS DE VIAGEM DE CECÍLIA MEIRELES

Imaginário indiano nas crônicas de viagem de Cecília Meireles
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Cássia Ducati
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"Cada lugar onde chego é uma surpresa e umamaneira diferente de ver homens e coisas."
(Cecília Meireles)
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Para representar artisticamente às experiências cotidianas da sociedade, o gênero literário que mais se adaptou e correspondeu as expectativas de escritores e de leitores foi a crônica. A crônica imita o cotidiano, o mundo do dia a dia, em que um café da manhã simples, solitário e comum pode vir a ser a matéria para a reflexão do homem moderno. Suas primeiras manifestações ocorrem, no Brasil, a partir do momento que o jornal tornou-se cotidiano. Em sua evolução, mudou o foco primeiro de sua função, que era a informação para o divertimento. Antônio Cândido comenta essa evolução:
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"Creio que a fórmula moderna, onde entra um fato miúdo e um toque humorístico, com o seu quantum satis de poesia, representa o amadurecimento e o encontro mais puro da crônica consigo mesma."(Candido, p.15)
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Inicialmente a crônica pretendia o registro dos fatos e de suas circunstâncias respeitando uma ordenação cronológica, atualmente sua matéria admite também a subjetividade do narrador-autor. Como registrou Jorge de Sá, acrescida de "uma roupagem mais literária", a crônica transforma-se :
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"em vez do simples registro formal, o comentário de acontecimentos que tanto poderiam ser do conhecimento público como apenas do imaginário do cronista, tudo examinado pelo ângulo subjetivo da interpretação, ou melhor, pelo ângulo da recriação do real." (Sá, p.25)
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UM MAR COM VIAGENS: CECÍLIA MEIRELES E NATÉRCIA FREIRE

UM MAR COM VIAGENS: CECÍLIA MEIRELES E NATÉRCIA FREIRE
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Ana Maria Domingues de Oliveira
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FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS
UNESP
ASSIS - SÃO PAULO – BRASIL
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Neste ano em que se comemora o centenário do nascimento de Cecília Meireles, é mais uma vez oportuno lembrar que sua obra é repleta de referências intertextuais à literatura portuguesa, matéria que tem sido objeto de meus estudos há alguns anos. Aqui,tentarei aprofundar o estudo de algumas dessas relações, através do confronto da obra ceciliana com a de Natércia Freire, poetisa e intelectual atuante no panorama cultural português do século XX.
As relações entre Cecília Meireles e Portugal foram sempre intensas, tanto do ponto de vista pessoal quanto literário. Descendente de portugueses e açorianos, a poetisa, desde muito cedo, teve contato com as tradições, a cultura e a arte portuguesas. Em 1922 casou-se com o artista plástico português Fernando Correia Dias, ilustrador de vários periódicos e livros em Portugal e no Brasil. Com ele, teve suas três filhas e, em sua companhia, viajou pela primeira vez a Portugal, em 1934. Nesse país era já então considerada autora de certo peso, desfrutando, até mesmo, de um reconhecimento que a própria crítica brasileira não lhe havia conferido. Durante essa estadia, Cecília Meireles travou contato com vários intelectuais portugueses, com os quais manteve correspondência depois de sua volta ao Brasil e até quase o final de sua vida. Entre tais intelectuais, encontram-se, por exemplo, David Mourão-Ferreira, Natércia Freire, Adolfo Casais Monteiro, João Gaspar Simões, e, nos Açores, Armando Côrtes-Rodrigues, Vitorino Nemésio e João Afonso.
Dez anos depois dessa viagem, Cecília Meireles publicaria, com prefácio e seleção de sua autoria, a antologia Poetas novos de Portugal, compondo um panorama bastante significativo da poesia portuguesa da primeira metade do século XX.
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A VIAGEM METAFÍSICA NA POESIA DE CECÍLIA MEIRELES

A viagem metafísica na poesia de Cecília Meireles
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Ana Maria Lisboa de Mello
(UFRGS)
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O tema da "viagem" é recorrente na produção literária de Cecília Meireles, presente no título do livro que a consagrou no cenário das Letras em 1938, e balizado por duas expressivas imagens - o mar e a noite - que se desdobram em constelações imagéticas. De um lado, este tema apresenta-se em uma dimensão geográfica, literal, nas referências às viagens marítimas portuguesas, aos percursos em cidades européias, indianas e outras, reunidas em Poemas escritos na Índia, Poemas de viagem e Poemas italianos, de outro, em uma dimensão metafórica, nos itinerários de um Eu em busca de si mesmo ou de uma instância incognoscível, inalcançável, utópica. Nesta segunda dimensão, o "mar" e a "noite" são os símbolos mediadores das revelações, tal como o sujeito lírico, metalingüisticamente, define o "mar" no poema "Périplo", de que citamos as três últimas estrofes:
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Deus-mar, tranqüilo, e inquieto, e preso e livre,
antigo
E sempre novo – indiferente e suscetível!
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Em cada praia deste mundo te celebram
Os que te amaram por naufrágios e vitórias,
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E religiosos se renderam, convencidos,
À lição tácita dos símbolos marítimos.1
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A VIAGEM POÉTICA E EXISTENCIAL DE CECÍLIA MEIRELES

A viagem poética e existencial de Cecília Meireles
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Maria da Graça Cretton
UFRJ
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Para falar de Cecília Meireles, quando se completam 35 anos de seu falecimento, retomamos outros estudos já realizados sobre sua obra poética, inclusive nossa Dissertação de Mestrado, cujo resumo foi publicado no livro Perspectivas: ensaios de teoria e crítica, editado pelo Departamento de Ciência da Literatura da Faculdade de Letras/UFRJ.
Cecília viajou muito: a Portugal e Açores (terras de seus antepassados), EUA, México, Uruguai, Argentina, Índia, Goa, Porto Rico, Israel e vários países da Europa. Destas viagens resultaram alguns livros como Doze noturnos da Holanda e Poemas escritos na Índia.
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A VIAGEM NO UNIVERSO POÉTICO DE CECÍLIA MEIRELES

A viagem no universo poético de Cecília Meireles
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Simone M. Soares
UFRGS
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Analisar o tema viagem na obra poética de Cecília Meireles requer, antes de tudo, um esclarecimento sobre a natureza deste tema no universo da autora. O fato de várias de suas obras referirem-se explicitamente a esta temática remete-nos à procura de elementos que as distingam das outras que não tratam de viagem. Entretanto, em Cecília, esta distinção não se opera - pelo menos, não de forma significativa. O universo temático da autora, bem como a visão de mundo que o transpassa, são bastante homogêneos para se dizer que há mudança em função de tratar-se ou não de viagem. Na poeta, a relação com a viagem é um pouco diferente.
As reflexões que já foram feitas a respeito de viagem, nas mais diversas áreas, nos dão uma idéia geral do ato de viajar. Como diz Otavio Ianni
"Toda viagem destina-se a ultrapassar fronteiras, tanto dissolvendo-as como recriando-as. Ao mesmo tempo que demarca diferenças, singularidades ou alteridades, demarca semelhanças, continuidades, ressonâncias. Tanto singulariza como universaliza. Projeta no espaço e no tempo um eu nômade, reconhecendo as diversidades e tecendo as continuidades."2(p.3)
As fronteiras de que fala Ianni tanto podem ser reais (um deslocamento meramente geográfico, espacial e temporal), quanto puramente psicológicas (no sentido de não haver deslocamento físico), sentimentais ou sensoriais, proporcionando ao viajante, no confronto com o novo, um amadurecimento de si mesmo. Além disso, podemos pensar também que no ato da viagem somos capazes de dar conta de pólos opostos que constituem a vivência do homem, tais como conhecido/desconhecido, próximo/distante, real/virtual, o que permite ao viajante ampliar a realidade com a qual ele se relaciona.
É desta forma que a viagem se insere no universo de Cecília. Não se trata de um simples ir de um lugar a outro. Os mecanismos normalmente acionados pelo ato de viajar, responsáveis por todo o enriquecimento que a viagem proporciona, são incorporados pelo Eu Poético da autora independentemente do ato de viajar. Eles fazem parte daquilo que irá constituir a visão de mundo que impulsiona este Eu poético. Cecília não é somente a viajante que vai de uma cidade a outra, de um país a outro. É uma viajante na vida, que, muito além do espaço e do tempo, utiliza a abertura para o novo, o permitir-se experimentar sensações e sentimentos na construção gradual de si mesma. E isto se dá mesmo que o viajar para dentro de si signifique, muitas vezes, o confronto com os próprios muros.
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