23 de fev. de 2008

UM MAR COM VIAGENS: CECÍLIA MEIRELES E NATÉRCIA FREIRE

UM MAR COM VIAGENS: CECÍLIA MEIRELES E NATÉRCIA FREIRE
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Ana Maria Domingues de Oliveira
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FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS
UNESP
ASSIS - SÃO PAULO – BRASIL
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Neste ano em que se comemora o centenário do nascimento de Cecília Meireles, é mais uma vez oportuno lembrar que sua obra é repleta de referências intertextuais à literatura portuguesa, matéria que tem sido objeto de meus estudos há alguns anos. Aqui,tentarei aprofundar o estudo de algumas dessas relações, através do confronto da obra ceciliana com a de Natércia Freire, poetisa e intelectual atuante no panorama cultural português do século XX.
As relações entre Cecília Meireles e Portugal foram sempre intensas, tanto do ponto de vista pessoal quanto literário. Descendente de portugueses e açorianos, a poetisa, desde muito cedo, teve contato com as tradições, a cultura e a arte portuguesas. Em 1922 casou-se com o artista plástico português Fernando Correia Dias, ilustrador de vários periódicos e livros em Portugal e no Brasil. Com ele, teve suas três filhas e, em sua companhia, viajou pela primeira vez a Portugal, em 1934. Nesse país era já então considerada autora de certo peso, desfrutando, até mesmo, de um reconhecimento que a própria crítica brasileira não lhe havia conferido. Durante essa estadia, Cecília Meireles travou contato com vários intelectuais portugueses, com os quais manteve correspondência depois de sua volta ao Brasil e até quase o final de sua vida. Entre tais intelectuais, encontram-se, por exemplo, David Mourão-Ferreira, Natércia Freire, Adolfo Casais Monteiro, João Gaspar Simões, e, nos Açores, Armando Côrtes-Rodrigues, Vitorino Nemésio e João Afonso.
Dez anos depois dessa viagem, Cecília Meireles publicaria, com prefácio e seleção de sua autoria, a antologia Poetas novos de Portugal, compondo um panorama bastante significativo da poesia portuguesa da primeira metade do século XX.
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